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Em Catanduvas, Cinestória exibe “Terra Cabocla” e debate a questão do Contestado

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Luzerna realizou, na noite desta quarta-feira (25), a exibição do documentário “Terra Cabocla” na cidade de Catanduvas. O evento foi uma parceria da instituição e do Rotary Club Catanduvas Centro. A sessão de cinema, que integra a programação do projeto Cinestória, reuniu alunos da região e demais membros da comunidade.

O documentário, que aborda a questão do Contestado incluindo a guerra e seus desdobramentos, é uma produção catarinense de 2015 dirigida por Marcia Paraiso e Ralph Tambke. O Projeto Cinestória do IFC, coordenado pela professora Isabel Cristina Hentz, já havia feito uma exibição da obra no Teatro Alfredo Sigwalt, em Joaçaba.

De acordo com a presidente do Rotary, Nadiesca Cléia de Azeredo Souza, foi a partir da exibição em Joaçaba que se deu o interesse em levar o documentário para Catanduvas. “Ficamos maravilhados com a história, que é muito emocionante. A exibição aqui em nossa cidade fecha com chave de ouro as ações do Rotary em 2015”, diz Nadiesca. A distribuição dos ingressos foi feita mediante a entrega de 1 kg de alimento não-perecível, a ser destinado a uma entidade do município que ainda será definida.

Após a exibição do filme os espectadores puderam debater a temática com os professores Delmir José Valentini (UFFS) e Valmir Francisco Muraro (UFSC e UFFS). Participou também da conversa um dos entrevistados do documentário, Vicente Telles.

O professor Valmir disse achar a iniciativa do IFC fantástica, e destacou a importância de resgatar a história do Contestado. “Estudo o assunto desde 1975. O engraçado é que só fui conhecer a questão quando fiz meu mestrado na USP. Quando retornei para Santa Catarina, vi que alguns colegas escreviam sobre o assunto, mas as informações ainda eram muito poucas”, comentou. “É muito importante para a construção de uma identidade, que crianças, jovens e demais pessoas da região não tenham vergonha de ser caboclo ou colonizador do Contestado. É aqui que temos nossas raízes – e elas são muito bonitas. Há uma história muito importante do passado, porém, que não terminou em 1916.”

Para o professor Delmir, no momento em que a história do Contestado estiver totalmente contemplada no currículo escolar, será contemplada a história dos moradores da região. “Isto independente do grupo étnico ou de quando as pessoas chegaram aqui”, ressaltou. Segundo Delmir, a iniciativa do Instituto Federal Catarinense é fundamental também para os profissionais que a instituição forma. “Como se define um trabalhador que não conhece a sua história ou que não entende da sua cultura? É uma iniciativa belíssima que o IFC Luzerna propicia, pois além de a instituição preparar um profissional, está ao mesmo tempo preparando um cidadão que vai se entender melhor também no grupo em que ele vive.”

Amanhã, sexta-feira (27), o Projeto Cinestória faz sua última sessão do ano. Será com o filme “Quanto vale ou é por quilo?”, que será exibido no auditório da Escola de Educação Básica Padre Nóbrega, em Luzerna, a partir das 13h30. O longa trata da exploração da miséria pelo marketing social, entre outros aspectos. A entrada é gratuita.

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Wagner Lenhardt
Jornalista – MTE 0003635 JP-SC
Coordenação Especial de Comunicação – CECOM
Instituto Federal Catarinense (IFC) – Campus Luzerna

 

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