Compromisso, participação e engajamento acadêmico são características que marcaram a realização da VI Semana de Ciência e Tecnologia (Secitec), realizada no Campus Luzerna de 27 a 30 de setembro. Colhendo os frutos pelos seis anos de experiência na realização da Secitec o Campus orgulha-se desta edição do evento que foi record tanto na submissão de projetos quanto na oferta de palestras, oficinas e variedade de temas contemplados na programação.
A noite de abertura do evento foi realizada na quarta-feira (27), no auditório do Centro de Eventos São João Batista, onde alunos e servidores lotaram a casa para prestigiar a palestra proferida pelo professor Fábio Xavier, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre as discussões da palestra inaugural estiveram presentes reflexões a respeito do papel das Instituições Federais de Ensino no contexto de produção do conhecimento, da ciência e do desenvolvimento regional.
A abertura do evento contou com a participação da magnífica reitora do IFC, professora Sônia Fernandes, do diretor-geral e do diretor de ensino do Campus Luzerna, professores Eduardo Butzen e Jessé de Pelegrin, respectivamente. A reitora parabenizou a equipe que organizou a Secitec e destacou a importância do Campus Luzerna para o desenvolvimento da educação e da formação dos estudantes. “Nosso principal objetivo são os estudantes; é por eles que estamos aqui e dedicamos todos os esforços. Nesse sentido vejo que o Campus Luzerna cumpre bem o seu papel de fomentar a ciência, a tecnologia e o desenvolvimento regional proporcionando aos alunos eventos como este”.
O diretor-geral Eduardo Butzen ressaltou que a unidade consolidou a Secitec como o evento mais importante da Instituição. “A Secitec tem caráter de fechamento do ano de trabalho com a apresentação dos projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão. Temos a satisfação de ver o amadurecimento deste evento que se consolida com um record na submissão de trabalhos”, destaca.
O diretor-geral também falou sobre a importância da relação dos Institutos Federais com o mercado e a indústria. “A formação cidadã vai muito além do mercado, mas não podemos fechar os olhos para as questões de subsistência, por isso, temos o papel de atuar em consonância aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), buscando aproximar a realidade dos estudantes ao que ocorre no mundo do trabalho”, defende.
Programação diversificada
Após a cerimônia de abertura o evento seguiu trazendo inúmeras atividades simultâneas, todas gratuitas, que contribuíram para enriquecer o repertório dos participantes.
Na quinta-feira pela manhã os estudantes fizeram apresentações em formato de pôster, atividade em que os projetos de ensino, pesquisa e extensão são resumidos e explicados pelos alunos, que demonstram seu potencial acadêmico, criativo e científico e ficam à disposição da comunidade interna e externa para compartilhar suas experiências acadêmicas. Além da apresentação em pôster, estudantes e professores realizaram apresentações orais em banca, na forma de resumo expandido.
Na avaliação de Jessé Pelegrin, diretor do departamento de Ensino do Campus Luzerna, a Secitec é fundamental na vida estudantil. “É o momento de apresentarmos os resultados obtidos nos trabalhos desenvolvidos em sala de aula, projetos de pesquisa, extensão e ensino a toda a comunidade. Também é um momento no qual conseguimos mostrar para os nossos alunos a realidade da indústria, com palestrantes atuantes no mercado de trabalho que trazem e compartilham suas vivencias internacionais”, destacou.
A percepção dos estudantes
Ao longo de todo o evento foram apresentados 32 trabalhos em pôsteres, 31 apresentações orais em banca e 40 atividades entre minicursos, oficinas, palestras e até um importantíssimo fórum sobre acessibilidade.
Alisson Coelho, estudante do 2º ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Automação Industrial participou da Secitec como apresentador de trabalho pela primeira vez. “A forma de apresentação é o que mais gostei: um fluxo contínuo de pessoas transitando pelos trabalhos dão caráter dinâmico às mostras de projetos do campus”.
“Robótica Pedagógica” foi o tema do projeto de extensão do aluno Matheus Lacerda, do curso de Engenharia de Controle e Automação. O objetivo do trabalho foi desenvolver uma ação extensionista em parceria com a ‘Operação Caminhos do Sul’, vinculada à Universidade do Estado de Santa Catarina. “Foi um projeto que nos tirou de nossa zona de conforto, enquanto pesquisadores, e nos levou a trabalhar com um público que não é comum ao nosso dia a dia. Levamos também algo novo para crianças do 1º ao 5º ano da rede básica e foi incrível”, conta.
Os estudantes do 3º ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Segurança do Trabalho, Joana Filipini e Marciano Biava participam da Secitec há três anos e avaliaram a importância do evento em sua trajetória de formação no IFC. “É um momento importante que dá visibilidade aos projetos do campus, também é importante para nossa formação, pois como estamos saindo do ensino médio já foi possível vivenciar experiências de apresentação e produção científica que poderão ser diferenciais em nossa inserção no ensino superior”, comenta Joana. “Para nós é um momento também de conhecer internamente o que é produzido no campus, algo que na correria do dia a dia não percebemos de fato”, avalia Marciano.
A exposição de pôsteres foi acompanhada também por servidores técnico-administrativos do campus – muitos dos quais atuaram como avaliadores, bem como por docentes – tanto avaliadores como orientadores dos projetos – que aproveitaram o momento para trabalhar com os estudantes elementos de comunicação e postura diante de situações cotidianas do universo acadêmico.
O professor de sociologia do Campus Luzerna, Antonio Cavalcante, falou sobre o ‘clima’ da VI Secitec. “É possível sentir a ansiedade, a efervescência da gurizada! Em uma manhã como hoje, de céu cinzento, tudo leva a um estudo mais intimista, com pôsteres que simplificam o que acontece em nosso dia a dia, com diversos temas, desde o suicídio, redação de softwares modernos, fungos, etc – um reflexo de uma comunidade plural de pesquisa”.
Ampliando horizontes
Com cursos nos níveis médio, técnico e superior nas áreas de Automação Industrial, Mecânica e Segurança do Trabalho o Campus Luzerna não se limita à formação tecnicista e busca valorizar temas transversais, que subsidiem os estudantes com informação crítica e de qualidade.
Um bom exemplo dos temas transversais presentes na Secitec foi a palestra “Climatologia dos desastres socionatuais em Santa Catarina”, ministrada pelo professor Pedro Murara, da Universidade Federal da Fronteira Sul, de Erechim (UFFS). Na ocasião o professor colaborou para esclarecer conceitos relacionados à climatologia de SC e às adversidades atmosféricas – perturbações que caracterizam o estado, como tempestades, tornados, deslizamentos, estiagem, geadas, neves e furações.
“Em casa” – diálogo entre servidores
A Secitec também foi palco de uma interessante atividade desenvolvida pelos servidores Giordana Caramori, Ana Colla e Diego de Lima. Voltada ao diálogo interno entre colegas a atividade reuniu técnicos e professores na manhã da sexta-feira (29) com o objetivo de conversar a respeito de direitos e deveres no serviço público.
A principal questão discutida diz respeito à importância do diálogo para resolução de conflitos no próprio campus. Os servidores apresentaram alguns dados relativos a abertura de Processo Administrativo disciplinar (PAD), especialmente ao elevado custo de tais processos que oneram o Estado sem necessidade, sendo que a maioria dos problemas poderiam ser resolvidos “em casa”, com mais harmonia, menos transtorno e menos custo para todos.
Fórum de discussão sobre Acessibilidade
A Secitec abrigou ainda um fórum que teve como objetivo debater os “desafios para a inclusão, suas ferramentas e a necessidade de inovação”.
Estiveram presentes no fórum Taciana Almeida, terapeuta ocupacional da Fundação Catarinense de Educação Especial; Marcelo Bradacz Lopes, servidor do IFC Reitoria; a professora Márcia Schuler, arquiteta e docente do curso de Segurança do Trabalho do IFC Videira; os professores Marinês Kerber e André Sturion, integrantes do Centro de Treinamento de cães-guia do Campus Camboriú, a servidora pública Taíza de Almeida e integrantes da Associação Regional dos Atletas com Deficiência e da Associação Camponovense de Apoio aos deficientes auditivos e visuais (Acadav).
Texto e fotos: Jornalista Juliana Bauerle Motta com colaboração de Andriza Machado Becker e Geovana Antunes.