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IFC Luzerna mobiliza estudantes, Bombeiros e Samu em simulação de acidente de grandes proporções

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Uma simulação tão realista que o cenário parecia filme de terror: mais de 40 estudantes feridos gritando por socorro, sirenes soando alto e bombeiros correndo para socorrer as vítimas de um acidente de trânsito envolvendo um ônibus escolar, um carro e uma caminhonete. O rigor e o profissionalismo da “encenação” exigiram meses de treino e planejamento por parte dos estudantes que cursam o Ensino Médio integrado ao técnico em Segurança do Trabalho do Instituto Federal Catarinense (IFC), Campus Luzerna.

A simulação de socorro às vítimas de trânsito ocorreu na terça-feira (28) e mobilizou 25 bombeiros militares de Herval d´Oeste, Catanduvas, Água Doce, Capinzal e Piratuba, além do SAMU de Joaçaba. Desde o início do ano a professora do curso de Segurança do Trabalho, Giordana Caramori, e a técnica de Segurança do IFC, Rosilene Pires, trabalharam na organização da atividade em disciplinas técnicas que discutem segurança, prevenção, sinistros e primeiros socorros.

Para simular o acidente foram utilizados o ônibus escolar do Campus Luzerna e dois veículos em situação de descarte, para que os bombeiros pudessem treinar o corte das ferragens para retiradas das vítimas presas. A atividade serviu a vários objetivos e públicos. Para os profissionais do Corpo de Bombeiros e do SAMU foi uma excelente oportunidade de treinamento.

De acordo com o Tenente Lazarin esta foi a primeira vez que os Bombeiros tiveram a oportunidade de participar de uma simulação de um acidente de grandes proporções. “Um dos principais desafios em acidentes como este é o gerenciamento das pessoas, especialmente porque envolve Bombeiros e Samu, duas equipes com práticas distintas, mas que precisam trabalhar juntas e coordenadas”, explica. Outra dificuldade é conter os ânimos das vítimas e dos curiosos, que muitas vezes podem atrapalhar o serviço de socorro.

É preciso agilidade e controle emocional para fazer a triagem dos casos mais graves. Por isso, os feridos são separados em quatro grupos de risco, cada um recebe uma fita com uma cor específica indicando o grau de gravidade. O preto indica vítimas fatais, vermelho são ferimentos gravíssimos com prioridade máxima de atendimento e transporte, amarelo são vítimas com ferimentos graves, mas que podem aguardar e, por fim, o verde indica pessoas com ferimentos leves. Como haviam muitas vítimas os bombeiros estenderam lonas com essas quatro cores e acomodaram os feridos de acordo com a classificação de risco. Havia também um médico do SAMU para os primeiros socorros e triagem final das vítimas.

Emoções reais

A caracterização dos estudantes somadas à atuação dos bombeiros serviu para criar um clima muito realístico de tragédia, desespero e pânico. A simulação causou mal estar até mesmo nos participantes. As alunas Emanuele Heckler, Larissa Eduarda Correia e Regiane Bordignon relataram que sentiram o nervosismo à flor da pele: “A tremedeira foi real, não era encenação”. O servidor Igor Regalin, que também participou da simulação, comentou que por pouco não passou mal de verdade, pois o clima de tensão afetou a todos.

Para saber como se comportar na simulação todos os participantes receberam previamente uma folha com orientações individualizadas para que cada aluno representasse um grau de gravidade. Também foram orientados a dificultar ao máximo o trabalho dos bombeiros, simulando desespero e dor. Tudo para aproximar o treino da realidade, aumentando a eficácia da ação.

Durante toda a simulação os bombeiros foram avaliados para que após o treinamento sejam feitas análises dos erros e acertos, com o objetivo de melhorar o atendimento de socorro, explica o Tenente Lazarin, que acompanhou a simulação anotando as falhas ocorridas. Ele avalia que a atividade foi de extrema importância para a capacitação dos profissionais.

A coordenadora da atividade, professora Giordana Caramori, falou da necessidade de construção de uma cultura prevencionista, necessária a todo cidadão. “Para os futuros profissionais formados pelo IFC a atividade representa uma vivência riquíssima. O impacto disso será sentido na qualidade da formação, na possibilidade de ampliar vivências, desenvolver o espírito de liderança e a cultura prevencionista, além da formação cidadã. Estas situações de acidentes são frequentes e é comum a população estar despreparada para lidar com isso, o que evidencia a importância desta formação”, avalia.

Dados alarmantes

Os números sobre mortes no trânsito demonstram a gravidade do problema. De acordo com dados do Observatório Nacional de Segurança Viária apenas em 2015 o Brasil registrou 30.568 mortos, sendo que 1.511 foram registrados em Santa Catarina. Analisando as médias de mortos nos últimos anos os números sobem: a média é de cerca de 40 mil mortes anuais, além das milhares de vítimas que ficam com sequelas, causando sérios prejuízos pessoais, sociais e econômicos.

*Texto e fotos: Juliana B. Motta/CECOM Videira