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Ciência e tecnologia no interior catarinense: precisamos unir esforços

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Comemorado no dia 16 de outubro, o Dia da Ciência e Tecnologia demanda uma reflexão acerca do assunto, principalmente no que se refere a Santa Catarina e, mais ainda, nas pequenas cidades do Estado. A educação profissional, científica e tecnológica é uma realidade também em virtude da expansão dos institutos federais. Acredito que já podemos falar em resultados.

Embora ainda não tenhamos alunos formados nos dois cursos de engenharia do Instituto Federal Catarinense (IFC) Câmpus Luzerna, desde 2011 já formamos mais de 200 profissionais de nível técnico, com altíssimo índice de empregabilidade. O fato de termos estudantes de diversas regiões brasileiras, buscando os cursos superiores, nos faz ter a certeza de que estamos no caminho correto. Nossa região pode absorver parte da demanda nacional em cursos de engenharia e isto só está acontecendo devido ao sucesso do processo de interiorização da educação, obtido através da expansão da rede federal.

Com a formação de recursos humanos encaminhada, aparece, logo em sequência, a preocupação de os profissionais formados irem atuar em outras regiões. Esse temor não é apenas nosso, e as lideranças regionais já se atentaram para este fato. Este é o caso da Incubadora Tecnológica de Luzerna, mantida pela prefeitura e com convênio firmado com o IFC. A estrutura fica à disposição para os egressos desenvolverem ideias e gerarem novas empresas. Porém, esta preocupação precisa ser tratada de forma regional, envolvendo associações, ONGs, governo e todas as instituições de ensino, sejam públicas ou privadas.

Outro debate é que comunicar a ciência e a tecnologia ainda é difícil. A educação, possivelmente, é capaz de provocar uma revolução em si mesma. E isso começa com o modelo de ensino médio integrado ao técnico, em que a iniciação científica acontece desde o primeiro ano de aula. A família acabará se envolvendo, levando o tema a outras esferas da sociedade, tornando o assunto mais conhecido e, quem sabe, motivando novos jovens a ingressar neste meio.

Santa Catarina tem um corpo docente suficiente para alavancar o setor. A área acadêmica passou a ser atrativa nos últimos cinco anos, pois o incentivo à formação e à remuneração diferenciada para professores qualificados foi implementada. Com profissionais bem remunerados e altamente qualificados, tenho certeza de que o papel dos institutos federais, dentro do processo de expansão do ensino de qualidade, público e gratuito, será exitoso tanto para a região quanto para o país.

Por Eduardo Butzen, diretor-geral do Instituto Federal Catarinense (IFC) Câmpus Luzerna