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ENEM: psicóloga e orientador educacional do IFC dão dicas para candidatos

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

(31/10/14) – Faltando menos de 10 dias para a prova do ENEM (8 e 9 de novembro), é de se imaginar que muitos candidatos, por mais preparados que estejam para o exame, ainda não possuem a certeza do rumo profissional que desejam para sua carreira. Com o crescimento de instituições de ensino superior que aderiram ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) proposto pelo MEC, os estudantes não precisam indicar, no momento, o curso que desejam fazer. Na verdade, mesmo que quisessem, não há como fazê-lo na inscrição do ENEM. Ou seja: ainda dá tempo de refletir sobre a opção profissional.

Na entrevista que segue, conversamos com a psicóloga Zilmara Bonai e o pedagogo e orientador educacional Ademir Luiz Bazotti, do Núcleo Pedagógico do Instituto Federal Catarinense (IFC) Câmpus Luzerna. Ambos dão dicas de como descobrir sua vocação profissional e também sobre a preparação dos candidatos na semana da prova.

 Ademir Luiz Bazzotti – Pedagogo e orientador educacional

 – Faltando menos de um mês para a prova do Enem, como o candidato pode se preparar para a prova? O momento é de acelerar os estudos ou desacelerar aos poucos?

O momento é de revisar conteúdos, não se apegar aos pontos negativos. Isto só gera ansiedade. Se algum conteúdo está exigindo maior atenção e aprofundamento, deve ser dimensionado se o tempo para este estudo pode ser conciliado com a revisão geral. É necessário um exercício para estabelecer prioridades e cuidados com o bem-estar físico e psicológico. Neste sentido, deve-se ter uma alimentação adequada, garantia de horas de sono e descanso, ter o momento de lazer e convivência social. Mas sem excessos.

– O Enem está chegando. Muitos candidatos farão a prova e ainda não decidiram que curso desejam fazer depois. O que fazer?

Sugere-se que a pessoa reflita sobre quais seus interesses e habilidades para atuação profissional. Se já conhece profissionais que atuam no mercado nas áreas de possível interesse, que busque estabelecer um diálogo para tirar dúvidas e esclarecer se há uma identificação. É muito importante que esteja claro qual é o prazo limite para a tomada de decisão. Aconselha-se a procura de profissionais de psicologia que auxiliem na escolha.

– E para quem não conseguiu de preparar ao longo do ano?

O ENEM é um momento importante na vida do estudante, mas deve ser entendido como uma parte da sua preparação escolar. A dedicação aos estudos não se resume somente à prova. É uma forma de avaliação que considera o conhecimento diante suas relações interdisciplinares. Por isso, valoriza a leitura, capacidade de análise crítica e a visão de mundo do estudante.

 

Zilmara Bonai – Psicóloga

– Vale a pena ingressar em um curso superior sem ter 100% de certeza da carreira escolhida?

Acredito que sim. Hoje os profissionais constroem a carreira ao longo da sua formação e das possibilidades que encontram no mercado. Cabe ressaltar que, cada vez mais, é incentivada a formação contínua ao longo da vida profissional. E a atualização é uma das características daqueles que têm uma carreira sintonizada com a satisfação pessoal e profissional.

– Quais são as perguntas que um estudante pode se fazer no momento da escolha da carreira?

Algumas sugestões de questionamentos são:

“Ao considerar a minha trajetória escolar, com quais áreas de conhecimento eu me identifico mais?”

“Pensar somente no retorno financeiro irá me satisfazer profissionalmente?”

“Esta escolha que estou fazendo me permite desenvolver as habilidades que me movem como sujeito?”

“Com quem me identifico profissionalmente?”

“Tenho alguma personalidade ou familiar com quem me identifico por conta da sua profissão?”

“Com quem posso conversar para contribuir na minha escolha?”

– E a família? Qual o papel dela nesse processo?

O ideal é que a família sirva de apoio e orientação, deixando claro que a decisão final é do filho. A contribuição dos pais é fundamental para o processo de escolha, desde que estes reconheçam os limites desta responsabilidade, sem decidir por ele. As expectativas dos pais não podem ser o fator preponderante na tomada de decisão profissional dos filhos.

 

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Wagner Lenhardt – Jornalista
Coordenação Especial de Comunicação – CECOM
wagner.lenhardt@luzerna.ifc.edu.br
(49) 3523-4321

Profissionais alertam que a contribuição dos pais é fundamental para o processo de escolha vocacional, desde que estes reconheçam os limites (Divulgação)

Profissionais alertam que a contribuição dos pais é fundamental para o processo de escolha vocacional, desde que estes reconheçam os limites (Divulgação)