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IFC desenvolve projeto de educação e sexualidade para alunos do Ensino Médio

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

(04/12/12) Na semana em que o mundo se volta para o Dia Mundial da Luta contra a Aids, comemorado anualmente em 1º de dezembro, muito se fala sobre o aumento dos casos de jovens infectados pelo vírus HIV. Um dos pontos a ser questionado é que tipo de modelo as campanhas preventivas estão seguindo diante de novos comportamentos sociais. No Instituto Federal Catarinense (IFC) Câmpus Luzerna, que possui cursos de Ensino Médio (integrados aos técnicos em Segurança do Trabalho e Automação Industrial), um projeto de educação sexual aborda diferentes pontos desta temática em ações mensais.

Falar não apenas sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) mas sobre todo o universo que ronda no contexto da sexualidade é o objetivo do projeto “Vamos falar sobre sexo?”. De acordo com a coordenadora da ação, professora Giordana Caramori, a ideia surgiu como resposta a uma necessidade existente. “Diagnosticamos em uma reunião de Conselho de Classe a carência dos estudantes quanto a saber lidar com a adolescência, principalmente no que se refere à sexualidade”, conta Giordana.

Assim, desde o mês de agosto, encontros realizados em pelo menos uma sexta-feira de cada mês têm abordado temas como o desenvolvimento humano, indo da infância até a senilidade; DSTs; gravidez; gênero; orientação sexual, entre outros. Giordana Caramori diz que os alunos, todos na faixa dos 15 anos, são bastante participativos. “O formato do projeto permite que eles fiquem bem à vontade para questionamentos”, diz a professora.

Mesmo em meio a tantas informações de fácil acesso, o “Vamos falar sobre sexo?” conversa com os estudantes no sentido de ser não somente um canal de orientações, mas, sim, de diálogo. “Acredito que hoje eles estão bem informados sobre o assunto. O que ocorre é que eles precisam lidar com estas informações, precisam de um espaço para dialogar, trocar dúvidas e anseios. Tanto que alguns questionamentos são previsíveis, já em outros fica claro que não se trata de uma dúvida, mas sim uma necessidade de se reafirmar algo que já foi dito em casa ou entre colegas”, salienta a coordenadora.

ESCOLA E FAMÍLIA

“O papel da escola, no nosso caso um instituto federal, é o de subsidiar algo que já se consolidou na família”, destaca Giordana. “Isso porque a sexualidade está presente desde o nascimento. Cada etapa do desenvolvimento humano, com suas características peculiares, necessita da abordagem inicial familiar”, lembra. Para ela, os estabelecimentos de ensino têm o sentido técnico do desenvolvimento fisiológico do indivíduo enquanto questão social. “Instruir, debater e instigar faz parte do nosso papel”, fala a professora.

Para a psicóloga do IFC Luzerna, Zilmara Bonai, tanto o papel da família quanto o da escola é de proporcionar um clima de diálogo e discussão. “É necessária a troca de pontos de vista e a liberdade para que qualquer tipo de dúvida possa ser esclarecida”, esclarece Zilmara.

“Além disso, abordar todo tipo de assunto que permeie a vivência sexual a fim de desconstruir preconceitos, mitos e estereótipos, é muito importante. A família precisa criar espaço para o diálogo e confiança, de forma que os filhos se sintam acolhidos e respeitados perante seu desenvolvimento sexual”, informa a psicóloga. “Neste contexto, a escola tem a função de complementar e aprofundar a educação e as orientações dadas pela família com a finalidade de promover o desenvolvimento sexual saudável e uma postura crítica, reflexiva e de responsabilidade diante das questões que envolvem a sexualidade”, finaliza Zilmara.

ENCERRAMENTO

Na próxima sexta-feira (5) acontece o encerramento do projeto no ano, com um círculo de diálogos batizado de “Eu, meu travesseiro e minhas dúvidas”. A coordenadora Giordana Caramori esclarece que o projeto atendeu as expectativas até o momento, porém, este último encontro será decisivo para a avaliação das ações desenvolvidas até agora.

“Nesta sexta vamos tentar criar um ambiente mais acolhedor para que eles façam a exposição de suas dúvidas junto aos seus travesseiros (cada aluno trará o seu). Queremos instigá-los a expor suas angústias também, e não apenas suas dúvidas fisiológicas, próprias das mudanças corporais e cognitivas”, informa Giordana. Após este encontro, o projeto deverá ser avaliado para que continue no ano que vem, de forma contínua.

Em ações mensais, instituto faz seu papel na construção de indivíduos conscientes. Último encontro do ano acontece nesta sexta-feira (5) (Divulgação)

Em ações mensais, instituto faz seu papel na construção de indivíduos conscientes. Último encontro do ano acontece nesta sexta-feira (5) (Divulgação)

Wagner Lenhardt
Jornalista
Coordenação Especial de Comunicação – CECOM
Instituto Federal Catarinense –  Câmpus Luzerna
(49) 3523-4321