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Oficinas temáticas de química trabalham a experimentação e interdisciplinaridade

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Elementos, fórmulas, tubos de ensaio, leituras. O que vem à sua cabeça ao lembrar das aulas de química na escola? No Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Luzerna, o Ensino Médio Integrado conta agora com um projeto para aprender boa parte do conteúdo de forma prática. São as Oficinas Temáticas de Química, ministradas em laboratório pelas técnicas Karine Schuck e Eveline Camillo.

Químicas por formação, as duas uniram-se em uma iniciativa que oferece, para uma turma de 15 alunos, a experimentação de tudo aquilo que é visto em sala de aula – e um pouco mais. “A parte experimental é muito importante no ensino, faz uma grande diferença. As aulas tradicionais são muito teóricas e a química é muito experimental”, diz Karine. “Como os professores muitas vezes não têm tempo para vir ao laboratório e usar tudo o que temos, criamos essas oficinas para facilitar o entendimento dos alunos, e, assim, auxiliar também os docentes.”

As vagas foram preenchidas rapidamente, tanto por estudantes de Automação Industrial quanto de Segurança do Trabalho. As atividades ocorrem quinzenalmente, às sextas-feiras.No começo os alunos ficaram muito preocupados se a atividade valeria nota ou se eles seriam avaliados de alguma forma. Quando explicamos que não, eles se sentiram mais desinibidos quanto às dúvidas, sem aquela pressão toda”, relata Karine. Para ela, aprender fazendo é outra coisa. “Acredito que tudo o que podemos ver acontecendo, principalmente na química, não se esquece mais. Ver a imagem no livro não é a mesma coisa do que ver a reação química acontecendo.”

Para a colega do laboratório, Eveline, com a estrutura oferecida pelo ambiente da instituição é possível fazer mil coisas. “O pouco que nós conseguimos passar aos estudantes, para que eles entendam que a química está no cotidiano, já é válido. Depois os alunos se sentem mais motivados a ir para a sala de aula, abrir o livro, fazer exercícios, prestar atenção no que o professor fala.”

Os estudantes participam ativamente escolhendo que tipo de experimento desejam fazer. É a partir de suas vontades e indagações que tudo acontece. “A intenção é levar o conteúdo que eles aprendem em sala de aula para a vida deles. Eles têm que chegar em casa, ver as coisas acontecendo e perceber a química em cada situação”, diz Eveline.

Os temas são trabalhados de forma integrada às outras disciplinas, como biologia, história e geografia, conforme explica Karine: “Não é a química pura. O ensino das plantas, por exemplo, não é só biologia. Tem também a relação da geografia: da onde é originária essa planta?. Ela veio da onde? Queremos não tratar a química de forma isolada, mas relacionando ela com a sociedade, fazendo uma contextualização”, fala. Eveline faz coro: “O aprendizado não pode ser compartimentado. O aluno não pode imaginar que a aula de biologia é apenas biologia e a aula de química é apenas a química. Tem que ser uma coisa só. Tem que olhar a biologia vendo que ali dentro também há um pouco de química, de física, de geografia, história, para que tudo no final faça sentido.”

Aluna do 3º ano de Segurança do Trabalho, Geice Zago Haus é uma das estudantes que participam da oficina. “Estou achando bem interessante, as atividades são bem práticas. Temos apenas 15 minutos de teoria e depois partimos para os experimentos”, conta. “O legal é que somos nós, os alunos, que propomos o que fazer.” Geice ressalta ainda que as atividades auxiliam na memorização dos conteúdos para o Enem. “O que aprendemos na teoria às vezes acabamos esquecendo, mas o que vemos acontecer nunca é esquecido. Com certeza me ajudará na prova”, finaliza.

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Wagner Lenhardt
Jornalista – MTE 0003635 JP-SC
Coordenação Especial de Comunicação – Cecom
Instituto Federal Catarinense (IFC) –
Campus Luzerna