Foi no ano de 2013 em que uma proposta de educação, até então inédita na região do Vale do Rio do Peixe, começou a nascer no município de Luzerna. Desde 2010, com a chegada de um campus do Instituto Federal Catarinense (IFC), a população dos municípios que circundam a área passou a ter acesso, pela primeira vez, à educação superior e profissionalizante gratuita e de alto nível. Bastava, porém, dar outro passo para a concretização deste projeto. Assim, depois de muitos debates, o IFC Campus Luzerna apostava suas fichas na implantação do Ensino Médio Integrado (EMI).
A ideia de oferecer a formação básica integrada à profissionalizante iniciou nas áreas de Automação Industrial e Segurança do Trabalho. Para os primeiros pais e alunos, a estranheza e as dúvidas de como isto aconteceria foram-se esvaindo aos poucos. Os estudantes passariam os períodos matutino e vespertino juntos, cursando, na mesma instituição, as disciplinas tradicionais do ensino médio junto com as matérias das áreas técnicas, todas dialogando entre si. Um corpo docente composto por mestres e doutores, além de toda uma estrutura pedagógica e administrativa, executaria, nos próximos três anos, o projeto do EMI. E deu certo. O interesse pela modalidade cresceu nos anos de 2015 e 2016 com a chegada das novas turmas e a criação, neste ano, do curso Integrado em Mecânica.
No último sábado, dia 3, o IFC realizou a formatura dos alunos que ingressaram em 2014. No espaço do Clube Vitória, o orgulho e a emoção de estudantes, familiares e servidores tomou conta. As palavras da formanda Martina Concatto, de Segurança do Trabalho, resumiam: “o sentimento hoje é de muita emoção, de felicidade extrema. Foram três anos estudando o dia inteiro com esses amigos. O esforço foi compensado”. Agora técnico em Automação Industrial, Gabriel Wolfart destacou o que ficaria em sua mente com o término desta etapa: “com certeza, o aprendizado e os momentos felizes com os colegas”.
Aliás, Gabriel é um exemplo da proposta de verticalização do ensino, uma das premissas dos Institutos Federais. Com o fim do ensino médio, ele deseja ingressar, no próprio IFC Luzerna, o bacharelado em Engenharia Mecânica. Mesmo objetivo de Guilherme Parizotto, formando de Segurança do Trabalho. “Antes de entrar no instituto, eu pensava em sair da região para fazer um curso superior. Como o Campus Luzerna já tem o bacharelado que eu quero, vou aproveitar que estou inserido na rotina e no contexto do IFC, já sabendo da qualidade que temos aqui”, diz Guilherme.
Se os estudantes reconhecem o alto nível da instituição, os pais não ficam atrás. É o que diz Elisa Patzlaff, mãe da Larissa. “Minha filha evoluiu bastante. Era bastante tímida, agora está mais segura. A qualidade do IFC é muito grande. No começo até achávamos que ela não conseguiria acompanhar. Mas hoje o resultado está aí, e estamos muito felizes”. Jairo Luiz Bahu, pai do Hiago, ressalta: “hoje meu filho é mais independente em relação às suas decisões, e também está mais preocupado e atento ao seu caminho profissional. O instituto contribuiu enormemente para isto”. De acordo com Jairo, “a chegada do IFC na região foi excelente, beneficiando a todos”.
Equipe emocionada
A assistente de alunos Francine Zanotto, uma das servidoras homenageadas da noite, acompanhou de perto a trajetória dos formandos. “É muito prazeroso para nós vermos o crescimento deles. Alguns chegaram muito imaturos, sem muita bagagem. E agora estão saindo profissionais técnicos.” Representando os paraninfos, a coordenadora do curso Técnico Integrado em Segurança do Trabalho, professora Giordana Caramori, dirigindo-se aos estudantes, falou: “vocês ficarão em nosso coração e na nossa cabeça. Farão parte das nossas emoções e das nossas lembranças”. E deu a dica: “assim como nós servidores, passem a usar essas lembranças para pensar, planejar e enxergar o mundo que nos rodeia. Não há dúvidas que terão êxito e de que o sucesso virá. Mas ele virá se vocês absorverem tudo o que aprenderam, em especial se cruzarem todos os ensinamentos: das humanas, das exatas, etc. Tudo se complementa”.
Encerrando a cerimônia, o diretor-geral do IFC Luzerna, professor Eduardo Butzen, enalteceu o momento. “Enfim chegamos à última etapa da formação desses jovens, o que nos convence do acerto da decisão que foi tomada em 2013”, disse, referindo-se à implantação do EMI. “Atravessamos muitas adversidades. A principal, sem dúvida, foi a carência de espaços físicos adequados. Do ponto positivo, isso nos permitiu abusar de nossa criatividade para darmos conta de tudo o que nos propusemos a executar”, falou. “E não fizemos feio. Afinal, tivemos diversos prêmios, nas mais diferentes áreas: na área esportiva, na participação das Olimpíadas de Conhecimento (física, matemática e história), sem falar do desempenho em feiras e eventos científicos que participamos”, finalizou o diretor, em uma noite que ficará na memória não somente dos novos profissionais técnicos, mas de toda uma comunidade.
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Wagner Lenhardt
Jornalista – MTE 0003635 JP-SC
Coordenação Especial de Comunicação – Cecom
Instituto Federal Catarinense (IFC) – Campus Luzerna